Tabagismo

São muitos riscos para a saúde decorrentes do consumo de tabaco, como o cancro dos pulmões, em que mais de 75% dos casos são provocados pelo tabaco.
O cancro do sistema respiratório, que engloba brônquios, pulmão, traqueia e faringe, mata 11 portugueses por dia.
Desde 2002, a morte por cancro do pulmão já aumentou 18,4%, só em 2010 tirou a vida a 4 mil portugueses.

Em Portugal diagnosticam-se cerca de 3800 novos casos por ano, sendo que só 15% são identificados em estado precoce. A grande maioria dos cancros de pulmão são diagnosticados em estádios avançados ou metastáticos. É um cancro difícil de combater, porque os primeiros sinais são tardios, acontecem quando o cancro já está disseminado.

O tabaco contém mais de 4000 substâncias diferentes, muitas das quais prejudiciais à saúde.
No fumo foram identificadas mais de 40 substâncias capazes de provocar cancro. Substâncias que existem tanto na folha do tabaco, como provenientes do processo de produção e nos aditivos químicos, na folha e na cola.

De todas as substâncias contidas no fumo do cigarro, a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão são as que mais afetam o corpo humano e mais doenças causam.

A nicotina possui vários efeitos:
  • A aceleração do ritmo (frequência) cardíaco;
  • O aumento da pressão sanguínea e da produção de hormonas;
  • A constrição (estreitamento) dos pequenos vasos sanguíneos debaixo da pele;
  • As modificações da composição do sangue e no metabolismo.
  • A longo prazo, a consequência mais grave deste conjunto de efeitos provocados pela ação da nicotina, é a ocorrência de um enfarte miocárdio (vulgarmente designado por ataque cardíaco).
O monóxido de carbono é particularmente prejudicial durante a gravidez, porque reduz a quantidade de oxigénio que deveria ser transportada para o útero e para o feto, provocando anomalias no crescimento do bebé.

O alcatrão é constituído por um conjunto de compostos cancerígenos e outros irritantes para as vias respiratórias.
70% do alcatrão do fumo do cigarro é depositado nos pulmões.

As substâncias irritantes presentes no fumo do cigarro podem conduzir à bronquite crónica e ao enfisema pulmonar.

O tabagismo é, reconhecidamente, uma doença crónica - resultante da dependência à droga nicotina - e um fator de risco para cerca de 50 doenças, dentre elas, cancro, DPOC e doenças cardiovasculares. Além de estar associado às doenças crónicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator de risco importante para o desenvolvimento de outras doenças, tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras doenças.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, sendo responsável por 63% dos óbitos relacionados às doenças crônicas não transmissíveis. Dessas, o tabagismo é responsável por 85% das mortes por doença pulmonar crônica (bronquite e enfisema), 30% por diversos tipos de cancro (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), 25% por doença coronáriana (angina e enfarte) e 25% por AVC (acidente vascular cerebral).

A OMS estima 4,9 milhões de mortes anuais;
Esse número aumentará para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030.

A vida dos ex-fumadores depois do último cigarro:
Em 20 minutos a tensão baixa para o valor antes do último cigarro, a temperatura dos pés e mãos sobe ao valor normal.
Em 8 horas não fica com monóxido de carbono tóxico no sangue, a respiração de fumador tende a desaparecer.
Em 2 dias os sentidos de olfacto e de paladar voltam a refinar-se.
Em 3 dias a respiração melhora notavelmente.
Em 3 meses a circulação sanguínea melhora, a capacidade pulmonar aumentara cerca de 30%, andar será mais fácil.
Em 9 meses menos infecções, as dificuldades respiratórias desaparecem, o rendimento melhora.
Num 1 ano o risco de doenças cardiovasculares terá diminuído para metade, em comparação com os fumadores.
Em 5 anos o risco de derrame cerebral diminui.
Em 10 anos o risco de cancro pulmonar igual a um não fumador.
Em 15 anos o risco de enfarte e derrame cerebral igual a um não fumador.

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